Texto e fotos: Gabriel Penha/Folha de Mazagão
Materiais de construção da obra da quadra poliesportiva de
Mazagão Velho estão sendo saqueados e vendidos, segundo denúncia de moradores
da região comprovada pela Folha de Mazagão. A construção foi embragada em setembro passado pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan); na ocasião, o órgão alegou
em nota que a obra executada pela prefeitura não realizou o acompanhamento
técnico necessário para construções próximas a locais com descobertas
arqueológicas.
Flagrante: material de construção (areia) sendo retirado do local da obra da quadra em Mazagão Velho |
Construção foi embargada pelo Iphan em setembro e desde então está abandonada, sem vigilância |
Segundo relatos de uma moradora que prefere não ter o nome
divulgado, quem estaria desviando e comercializando esse material, comprado com
verbas federais, seria um casal que trabalhava na obra e que não recebeu
salários.
Quadra deveria ser entregue à comunidade no dia 15 de dezembro de 2016 |
“Eles têm que procurar os direitos deles, isso não se faz.
Isso é roubo, é crime. Quem compra também é criminoso”, denuncia a moradora.
Na placa fixada no local, não consta o nome da empresa
responsável pela execução da obra. O valor é de R$ 489.353,88, fruto de recursos
federais repassados ao Município; foi iniciada em abril e deveria ser
inaugurada no último dia 15 de dezembro. Desde que o Iphan embargou a obra, no
entanto, o local está sem vigilância.
Na obra, não consta o nome da empresa responsável pela execução da quadra poliesportiva |
O QUE DIZ A PREFEITURA
O prefeito Dilson Borges (PMDB) disse que o desvio de material
pode ser considerado roubo, que a Prefeitura de Mazagão desconhece qualquer “responsável
pela obra” e que não há salários de servidores atrasados por parte da empresa.
Ele acrescentou que não pode mexer na obra enquanto o Iphan não autorizar a
retomada. Dilson informa ainda que tentou por diversas vezes regularizar a
retomada da construção junto ao órgão, mas não obteve resposta. O prefeito
ainda disse que o convênio da obra está na iminência de expirar e corre o risco
de não ser renovado.
Não conseguimos posicionamento do Iphan quanto à retomada da
construção.
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