A violência no
Amapá atingiu índices alarmantes, entrando em uma espiral crescente. As
polícias – Militar e Civil – têm procurado fazer a parte delas. Mas, até aqui,
infelizmente esses esforços ainda não se fizeram suficientes para conter as
mortes violentas.
Para se constatar
essa triste realidade basta, no início de semana, abrir os jornais, ligar o
rádio ou acessar os portais de notícias. É quase aquele antigo ditado que dizia
que “espremer sai sangue” e “se balançar cai bala”. São vidas ceifadas no
trânsito, assassinatos por motivos banais, execuções supostamente por acerto de
contas ou bandidos mortos após trocar tiros com a polícia. Esses números
tiveram um recente recorde de 12 mortes violentas no Estado, num único fim de
semana – considerado alto, em proporção à nossa população.
O amapaense começa
a adotar hábitos impostos pelo medo, antes um “privilégio” dos grandes centros
urbanos. Tem-se evitado mais andar na rua fora de hora, exibir objetos de valor
como celulares e relógios, além de se trancar em casa, com aparatos de
segurança como grades e câmeras, mas nem sempre isso evita que se seja a
próxima vítima. E o maior financiador dessa violência é o tráfico de drogas.
Aliás, a repressão ao tráfico parece ter arrefecido nos últimos anos no Amapá.
As grandes operações de outrora deram lugar a pequenas apreensões. Talvez isso
seja resultado do baixo efetivo e da falta de recursos com que nossos policiais
trabalham.
E enquanto isso,
não temos uma resposta convincente das nossas autoridades. Pontos de vista mais
radicais diriam que o secretário de segurança ainda não disse a que veio. Com o
detalhe que Ericláudio Alencar é delegado de polícia, antes mesmo de ser
secretário, deputado estadual ou apresentador de TV. Aliás, o programa
comandado por ele mostra à exaustão essa rotina violenta que vive o Amapá. De
fato, há de se reconhecer que não se pode combater a violência sem recursos –
coisa cada vez mais rara em todas as esferas do poder público.
Enquanto a solução
não vem, a população tem o medo como companhia constante. E o povo vai
continuar achando que “bandido bom é bandido morto”, enquanto o problema não
for combatido na causa. Ou mesmo linchando o assaltante da esquina para fazer
“justiça”. Até nossa Mazagão, antes um município pacato onde todos se
conheciam, agora vive seus dias de medo da violência. Foi um dos bônus com a
ponte e a integração com a região metropolitana.
Valha-nos quem?
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